Participei nesta acção promovida pelo Centro de Competência Arrábida, com a colaboração empenhada do CRIE (Equipa Multidisciplinar Computadores, Redes e Internet na Escola) e da DGIDC (Direcção-Geral de Inovação e de Desenvolvimento Curricular) do Ministério da Educação.
Estive presente em toda a sessão, mas bastar-me-ia assistir à primeira apresentação e à última para perceber dois modelos de trabalho "singulares" - cada um a seu modo.
Na primeira, Vicente Parejo apresentou o modelo que está implantado em toda a Estremadura Espanhola por decisão do Governo daquela Província. É tudo muito simples. Eu explico: o governo da região tomou uma decisão (todas as Escolas vão utilizar software livre) e ordenou os meios para implementá-la: computadores q.b. ligados em rede a servidores locais e regionais; engenheiros informáticos (não são professores, apenas técnicos)um por cada mil alunos e dois, a partir dos mil, responsáveis por manter o sistema a funcionar; professores (apenas professores...) que utilizam as ferramentas TIC nas suas aulas e para isso têm formação com carácter obrigatório; alunos que executam as tarefas que lhes são exigidas (até porque o sistema informático não lhes permite que andem por ali "a navegar"...); há prémios monetários para as melhores escolas e para os melhores professores; quem não estiver disposto a participar, é convidado a procurar outro trabalho. Enfim, tudo "simplex". Os próprios encarregados de educação têm o seu espaço no sistema informativo, podendo on line verificar se os seus educandos não ficaram no Centro Comercial em vez de ir às aulas, os trabalhos que o professor de Português marcou, a matéria sumariada... Tudo em Software Livre devidamente disponibilizado pelo governo daquela Província Espanhola.
Ao fim da tarde, ouvimos o que se faz em Portugal em algumas Escolas no que respeita à utilização do Software Livre. Também tudo muito claro: o prof. Paulo Chouriço explicou como é que na Escola Secundária de Palmela, anfitriã que acolheu o evento, conseguiu construir uma rede com os Pentium velhinhos; o Carlos Nunes apresentou um interessante projecto que está a dinamizar na Escola Secundária de Albufeira e da mesma forma o Alexandre Martins e o Artur Santos nas Escolas Secundária Soares dos Reis e no Agrupamento Padre Vítor Milícias, respectivamente.
Ainda no Painel do fim da tarde, ouvimos aquilo que todos sabemos sobre o software empresário utilizado nas nossas Escolas, pela boca do "insuspeito" Vítor Teodoro, professor no Instituto Superior Técnico. Afirmava ele que, se uma inspecção viesse às Escolas verificar as licenças de utilização de software, teria dúvidas de quem é que iria "preso": se os Conselhos Executivos, se os Directores Gerais ou se o Ministro da Educação... Numa intervenção anterior e apresentando os resultados de um estudo sobre o uso de software livre, ainda não completo, o prof. José Luís Ramos da Universidade de Évora dizia que o uso deste software é dinamizado apenas por grupos isolados de professores que, por vezes, têm de lutar contra tudo e todos (incluindo os próprios Conselhos Executivos) para poderem ir fazendo alguma coisa com uma dimensão muito limitada.
No fim da tarde, e fora do programa, o Secretário de Estado, Jorge Pedreira, assinou um protocolo com a Universidade de Évora para que esta instituição promova e divulgue uma plataforma a que se dá o nome de Alinex e que tem muito a ver com gnuLinEx desenvolvido na Estremadura Espanhola.
Esperar para ver... Mas não será que já esperamos há tempo de mais?
sábado, 7 de julho de 2007
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