... e Camões ficou triste, mais triste ainda! Dizia o meu professor de Cultura Clássica (já lá vão trinta anos...) que Camões é prazer para alguns (os leitores que fazem por merecê-lo) e desprazer para a maioria que não ultrapassa aquela "apagada e vil tristeza" em que mergulha em cada dia.
"Honesto estudo"? Qual quê!
Prontifiquei-me a apoiar os meus alunos (uma dezena) que, sendo de Cursos Tecnológicos e portanto não sujeitos àqueles exames para conclusão dos respectivos cursos, os deviam fazer para se poderem candidatar ao ensino superior.
As sessões foram marcadas para o período não lectivo que antecede os exames. O tempo esteve fresco, pouco convidativo para a praia...
Vêm todos! - pensei.
Qual quê! Apareceu a Sofia que reviu a matéria ministrada durante o ano e fez os exames já aplicados nos anos anteriores (quatro ao todo...). Mas a Sofia era a que menos precisava, se atendermos à classificação interna final - 17 valores.
Saiu Camões... e parte do texto até tinha sido lido em aula. Tive curiosidade e fui ver os sumários. A essa aula vários alunos dos candidatos tinham faltado... Afinal só o professor e a Sofia é que nunca faltaram ao longo do ano. Teve 14 valores no exame nacional.
Parabéns, Sofia, pela tua nota no exame! Os outros que continuem a viver a sua "apagada e vil tristeza"... até que a "Vida" os corrija, se ela, de ignorante, lhes favorecer alguma entrada.
... Para o Ministério da Educação eu também fui a causa do insucesso. Nem era de esperar outra coisa de "senhores" que tão pouco prezam as Letras e o bom-senso quando as pronunciam!
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